terça-feira, 18 de março de 2008

SNS

Ontem fui ver um doente ao Hospital de S.João. O homem queixava-se já há tempos de dores nos rins e cansaço. A médica de família mandou fazer análises e detectou elevadíssimos níveis de proteínas no sangue, tão elevadas que mandou fazer um TAC e creio que novas análises. Reencaminhou-o então para o Hospital do Vale do Sousa onde foi informado de que não havia lá essa especialidade e que, portanto, devia dirigir-se de novo à médica de família para esta o enviar, se quisesse, para o Hospital de S. João (isto numa sexta-feira). Com dores que nem o deixavam deslocar-se pelos seus meios acabou por ir a uma clínica privada onde a médica, perante o quadro, acabou por mandá-lo de urgência para o S. João onde parece, para já, terem detectado uma trombose no rim (um coágulo que impedia a livre circulação do sangue) e onde estão a tentar diluir o coágulo e onde fará mais exames. Terá sido correcto o comportamento do hospital de Penafiel? Nesse hospital não haveria um médico que, face à situação documentada pelo médico de família pudesse ter feito o reencaminhamento que a médica da privada fez? Para quem está de fora não é muito fácil compreender...

6 comentários:

loclicas disse...

Parece-me que o correcto seria que se no H.do Vale de Sousa não tem essa especialidade devem enviar para o H. que a tenha,mais próximo.
Por outro lado a situação pode ter agravado com o tempo,e quando foi à clínica estar mais clara a situação.
Quantos anos tem o utente?
Que outras doenças tem?
A trombose é só de um lado ?

Cláudio disse...

Curiosidade profissional...
Deve ter entre os 30 e os 40; a trombose só foi detectada de um lado mas não sei se os exames que se seguirão vão revelar mais alguma coisa; o homem só dizia que tinha o colesterol alto. Claro que a gravidade desta situação deve também estar relacionada com a nossa facilidade em ignorar sintomas e recorrer ao médico só quando não aguentamos mais. Claro que também desconheço o teor da carta da médica de família (que, face aos resultados dos exames, disse que até ia falar com um especialista amigo para tentar perceber melhor a situação). É também provável que se o doente se tivesse apresentado no HVS no estado que apresentou na clínica, o hospital o teria enviado de imediato para o S. João. Mas não deixa de causar algum medo de não vermos a nossa situação avaliada quando recorremos ao serviço público de saúde em mau estado. Parece-me que se o utente foi enviado para um serviço hospitalar por uma médica que já avaliou e considerou grave o seu estado, esse serviço, se não consegue integrá-lo nas especialidades que tem, deve recorrer ao nível superior de assistência e não ao inferior...

Perchta disse...

Tá a porca nas ervilhas...
Se começamos a falar SNS, temos pano para mangas :). Eu e a Teresa qualquer dia escremos um livro sobre isso, mas não na perspectiva do mau encaminhamento, relativamente à qual, felizmente, não temos grande experiência! A nós o que nos mete mesmo impressão é a desorganização dos serviços, não só administrativa, mas mesmo a nível arquitectónico, que deixa os utentes para lá perdidos em corredores escuros e sem saber para onde devem ir, se devem entrar ou sair, ou se pura e simplesmente já se esqueceram deles para ali!!!

loclicas disse...

A situação de trombose dá muito pouca sintomatologia, é uma sortinha ser apanhada.Agora sendo verdade como pode um individuo com 30 /40 anos ter uma trombose nesse sítio(o que é raro é raro , o que é frequente é frequente) terá algum tumor ainda não detectado? é melhor ver.

cavagnac disse...

A questão é muito interessante. Será que tem solução. Se não tiver solucionada está.
Xi. Rui

Cláudio disse...

Suspeito que os médicos também suspeitam e vão analisar. Não sei se já fez biópsia mas sei que ela estava na agenda.