quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Será justo???

Hoje comecei um julgamento em que represento um ex-marido contra a ex-mulher, em processo de indemnização por ter descoberto que o filho do casal afinal não era dele.
Será justo?

9 comentários:

Cláudio disse...

É difícil. Será que ele não é o culpado dessa situação? Mas se ela o enganou ao não confessar-lhe a queda na calçada (independentemente da culpa do homem) não merecerá ser castigada de uma forma qualquer? E o filho, como fica?

Perchta disse...

Epáaaaa... a coisa está a ficar séria!
No caso em questão, tendo em conta que a mulher, além de ter um filho de outro homem, não foi capaz de ter a honestidade de revelar a situação ao marido, e esteve durante três anos a fazê-lo acreditar que o filho era dele, acho que é justíssimo... para mim, a descoberta de que a criança, de três anos, afinal não era dele e o facto de ter que se afastar só pode comparar-se à dor da morte de um filho;
O filho fica mal, como se imagina, e vai ser educado segundo os "bons" princípios da mãe, o que também é bastante auspicioso...
A traição é grave, mas pode acontecer porque somos todos humanos, agora manter por três anos uma mentira que se sabia de antemão que iria provocar sofrimento tanto ao marido traído como ao filho, para depois revelar a verdade, num puro acto de maldade, só para o humilhar e sem pensar nas consequências...
Sinceramente, não há indemnização que chegue!

Miguelito disse...

Como puro leigo que sou nestas situações...

Acho que a indemnização, como diz a perchta nunca seria suficiente para o sofrimento que a mulher está a causar ao, até aqui, suposto pai biológico da criança. A verdade também é esta: porque se fala numa indemnização, que no meu imaginário apenas passa por uma compensação financeira ou patrimonial, se se devia pensar na aquisição total do poder paternal para o homem, ficando a mulher com os definidos dias da semana para olhar o miúdo? Demais, talvez!

Para o bem da criança isto devia ter sido resolvido dentro de portas mas, por outro lado, acredito que, a médio prazo, o miúdo possa continuar a sua vida sem sobressaltos do pior tipo.

De qualquer maneira é concerteza caso bicudo que apenas advogados da velha guarda podem resolver: os peludos, siestas lovers e zoomórficos! (tinha de ser!)

cavagnac disse...

Estou a ver que fui bem criado e criei bem.
Quanto ao Cláudio diria que o filho está com a mãe e com o pai biológico ( supostamente biológico - não há prova de ADN)que vivem juntos.
Precedentemente o meu cliente pugnou e conseguiu, com o meu conselho, que a mãe admitisse um período de transição com acompanhamento de Professora de reconhecido mérito da faculdade vde psicologia.
O miúdo está bem. o falso pai é que não.

Quanto à Mafalda.

Dado que és a única com sensibilidade jurídica e não só ético-moral, mais tomarei em conta a tua opinião.
Certo e engraçado é que quer o Cláudio quer o Rui Miguel se não tenham pronunciado pela injustiça do caso.

Para o Rui Miguel

É um gosto ter-te como filho.
Maior gosto é acrescentar ao existente o prazer de ver a tua peça.

tess disse...

sem olhar para mais nada, legalmente acho que é completamente claro que ele tem direito de pedir indemnisação , mas por mim acho que o caso só poderia ser resolvido depois de ouvir os dois... porque eu tambem não posso acreditar só porque sim que ele é que é o santinho, sendo como a mafalda conta,ela (mafalda) nao deixa de ter toda a razao, mas cada caso é um caso :P nao sei...

loclicas disse...

Isto é tudo psicologicamente muito complicado, porque é que a mulher começou com o outro??
Porque é que a mulher o quer castigar??
Ele é santo nisto tudo??
Aparentemente parece que ele puderia ter direito, mas...

Cláudio disse...

Quem é o injustiçado(a)? Claro que só com base num (qualquer)conceito de justiça podemos avaliar. Num caso destes não me parece ser possível fazer-se JUSTIÇA mas apenas justiça (com letra muito minúscula). E, mesmo quanto a essa, ficarão sempre dúvidas. Talvez seja a isso que te referes...

Cláudio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cláudio disse...

Quem é o injustiçado(a)? Claro que só com base num (qualquer)conceito de justiça podemos avaliar. Num caso destes não me parece ser possível fazer-se JUSTIÇA mas apenas justiça (com letra muito minúscula). E, mesmo quanto a essa, ficarão sempre dúvidas. Talvez seja a isso que te referes...