
No ano passado por esta altura o nosso blog, então quase recém-nascido, andava numa animação pegada :)...
Origens, sonhos, objectivos, conquistas e desilusões e claro... as nossas TEORIAS!


Mas... será que era mesmo só eu que já estava a esfregar as mãos de contente a pensar que era desta que o raio do "status quo" ia abaixo? A pensar que vinha aí uma revoluçãozinha?





 
Entretanto, a pintura do corrimão já vai avançada, mais por intervenção da Tess do que por minha! Parece que, em certas coisas, perfeccionismo a mais só prejudica! Mas na segunda demão tem que ficar tudo direitinho, hã?!!!
A festa este ano pareceu-me menos animada do que o costume, com menos gente, menos barraquinhas, feirantes e diversões, e sem grandes novidades. Mesmo assim, soube-me bem ver os andores, a magnífica paisagem verde do alto da Igreja e aquele mar de gente pela rua abaixo que, ano atrás de ano, continua a espantar-me.
E não é que o Gui morre de medo dos foguetes? Assim, fica complicada, a Romaria!!!!!




Festejámos este mês mais um aniversário da Minhoca da casa. Após uns aninhos de afastamento, enquanto ela esteve a fazer a licenciatura, voltei este ano a conviver outra vez mais com ela e, claro, a espantar-me de cada vez que me apercebo como ela cresceu desde que eu saí de casa!
Apesar disso, e por muito que cresça, uma coisa nunca muda: a Tess enche mesmo uma casa! Umas vezes pela berraria com que defende as suas convições - sejam elas sobre a coisa mais importante do mundo, sejam pela mais comezinha - e outras pela alegria quando está em "dia-sim" e contagia tudo e todos a cantar em altos berros! De qualquer forma, com ela é sempre tudo em grande e ela ocupa, definitivamente, "muito espaço" em qualquer casa e na vida de qualquer pessoa! Por isso faz sempre falta e nota-se bem quando não está...
Minha Tess, muitos, muitos parabéns (achavas que ia deixar passar em branco? Isto às vezes tarda, mas não falha!). Mantém-te "espaçosa", impulsiva e barulhenta, porque não tenho qualquer dúvida de que, para o bem e para o mal, esse é mesmo o lado melhor da vida! Beijos.


A minha menina mais velha fez anos ontem....
A seguir à Páscoa vinha a época dos exame e os resultados . Mas a vida continuava . A costureira era chamada para fazer almofadas e tudo o que era necessário para levar para a praia .O tecido escolhido eram sarjas às flores ou riscas.Ia -se  à Foz ,a Vila do Conde ou à Povoa alugar a casa e reservas a barraca para Agosto.Entretanto ia-se as termas de Caldelas ou do Geres marcar a estadia para Julho.Vínhamos das termas antes do ultimo fim de semana de Julho para as festas do Senhor dos Aflitos (festas de Lousada).As estadias na praia e nas termas era muito bem programada de modo a podermos ir as festas de Paredes ,Vizela e Aparecida.  Em Setembro tínhamos que estar em Lousada porque nesse altura não sei bem porquê tudo ia para lá,era a preparação para as colheitas (vindimas) Havia muitos bailes minhotos (Baile da Adega, Baile do Lago).Os Bailes que eram organizados pelas Senhoras de terra e  onde iam tocar os conjuntos de nomeada da época,  tinham também uma vertente social , pois no recinto do baile haviam barraquinhas onde havia jogos , bordados e outros brindes cujos lucros eram para  os pobres.Lá em casa era a azafama  de tratar das pipas lavar dornas e lagares limpar túneis. A costureira voltava para tratar dos bibes , batas e roupas para levar para o colégio.



Lá passamos mais uma semana bem passada na província  do Algarve.Também com a companhia que tínhamos! Não há melhor.Muitas  Histórias , cozinheira de primeira.Só comida saudável, lá estava eu para confirmar. Um neto bem comportado,que entrou no esquema.Muita laranjas  e ancores.

Acho que o mais difícil desta coisa do auto-retrato é saber o que somos nós que pensamos de nós mesmos e aquilo que, ao longo da vida, sempre nos disseram que somos... a mim sempre me disseram que sou "generala", vivo em permanente regime militar, chata, refilona, mau feitio e intolerante.
Vou tentar abstrair disso, já que, pensando bem, não corresponde nada à minha auto-imagem.
Sou, ao contrário da Teresa, racional demais, e fui educada de uma forma muito "politicamente correcta", a respeitar tudo e todos, e ter um grande sentido de civismo. Talvez por isso, sou honesta, tenho muita dificuldade em mentir e tento sempre ser correcta e simpática com todos, mesmo alguns que não merecem.
A certa altura da minha vida, não sei exactamente quando, perdi uma grande parte de auto-estima, e acho que tenho um défice de "arrogância" (também é preciso um bocadinho) e amor próprio contra o qual actualmente tento lutar... Outra característica que tenho, muito estranha, mas que não consigo ultrapassar, é um sentimento de culpa por tudo e por nada, chegando ao ponto de ficar envergonhada e me sentir culpada quando vejo alguém fazer alguma coisa mal perto de mim. Ridículo, não é?? Mais uma das minhas lutas diárias :).
Não tenho paciência nenhuma para "lamechices" e por isso às vezes consigo ser um bocado bruta, mas sou muito simples e contento-me com pouco, porque dou muito valor a algumas coisas que parece que os outros não vêem e que temos em grande quantidade à nossa volta no dia a dia: coisas e pessoas bonitas, sorrisos, água quente no banho, o calor do sol (mas não uso óculos de sol porque fico com sentimento de culpa de estar a desperdiçar a maravilha que a natureza me está a proporcionar - é doentio!), olhar para lua, o silêncio debaixo de água e uma data de outras coisas bastante pirosas e "lugares comuns". Ainda não percebi se isso é defeito ou virtude: por um lado, a minha felicidade é muito mais fácil de atingir, por outro, a falta de ambição vai concerteza limitar o meu percurso de vida e tenho medo de não chegar tão longe quanto podia. Só que também não sei se quero realmente chegar assim tão longe... já entramos na conversa da felicidade.
Sou rígida na minha maneira de estar na vida porque me sinto melhor com regras, mas sou, sobretudo e desde sempre, muito independente. Detesto que me ponham limites, que me "encostem à parede" ou me façam ultimatos. Isso comigo corre sempre mal. Gosto muito de conseguir resolver os meus problemas sozinha, o que acho que é simultaneamente uma virtude e um defeito, mas defeito ou não, é uma característica de que, no fundo, no fundo, me orgulho.
Agora sou também uma coisa nova para mim... sou mãe e tenho uma pessoa que olha para mim como se eu fosse a mais bonita, mais esperta, a que sabe tudo, resolve todos os problemas e faz tudo bem... ao princípio tinha muito medo da responsabilidade, mas agora estou numa de "curtir" essa coisa de ser "a melhor do mundo".
P.S. - Agora entusiasmei-me, tenham lá paciência. Como podia esquecer-me de dizer que sou muito hedonista, teimosa e preguiçosa e gosto?
Que demoro a vida toda para tomar uma decisão, porque penso demais, mas depois de tomada, não há obstáculos, entro em modo de "leva tudo à frente" e consigo o que quero, mesmo que haja "baixas" pelo caminho?